A Psicologia e a Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica tem se mostrado como o método mais eficiente no tratamento da obesidade mórbida e no controle de peso em longo prazo. A obesidade é vista atualmente como um problema de saúde pública preocupante e que envolve componentes genéticos, sociais, metabólicos, endócrinos, comportamentais e psicológicos.

Quando o paciente opta por ser submetido a essa cirurgia (também conhecida como gastroplastia), é de fundamental importância que o emagrecimento seja duradouro e acompanhado por práticas que promovam a sua qualidade de vida.

Além de acompanhar os processos do emagrecimento do paciente, a Psicologia também tem caráter preventivo e educativo. A relação que o paciente tem com o seu próprio corpo muda e também sofrem transformações as relações familiares e sociais, que exigem do paciente uma adaptação aos novos modos de vida, transformações no corpo, restrições na dieta, novas rotinas de sono, engajamento nos exercícios físicos etc.

Além disso, muitas vezes existem expectativas depositadas no emagrecimento que não são resolvidas com a perda do peso, gerando frustrações e outros problemas mais graves.

No pré-operatório a Psicologia fornece condições para que o paciente perceba a amplitude do processo, tomando decisões conscientes, já que se trata de uma cirurgia complexa a respeito da qual o paciente deve conhecer os riscos, os benefícios e as implicações que ocorrerão.

Vale ressaltar que a avaliação psicológica no pré-operatório não tem o objetivo de "proibir" o paciente de se submeter à cirurgia, mas ela pode ser contra-indicada pelo psicólogo caso seja detectada, por exemplo, alguma psicopatologia grave.

O período do pós-operatório é relatado pela maioria dos pacientes como o mais difícil, em que emergem questões emocionais relacionadas à insegurança e à ansiedade, por conta das mudanças que acontecem com grande rapidez. Sendo assim, o psicólogo também exerce um papel fundamental no acompanhamento do paciente após a cirurgia.