terça-feira, 12 de abril de 2011

Acompanhamento psicológico nos processos cirúrgicos

A partir da necessidade de uma intervenção cirúrgica, são despertados componentes pessoais complexos no paciente, especialmente as reações de ansiedade e medo, que objetivam prioritariamente proteger o organismo de algo que é considerado perigoso.
A avaliação que cada paciente faz a respeito do evento cirúrgico, depende da relação que o mesmo estabelece com o mundo e com o próprio corpo. Geralmente, quando o paciente recebe a notícia da necessidade de uma cirurgia, é possível que sua atenção se volte de forma quase exclusiva para as implicações desse evento em sua vida, e a depender do modo desenvolvido pelo mesmo para lidar com tal situação, as reações decorrentes desse evento podem desencadear efeitos negativos no processo de recuperação.


- Qual a importância de um acompanhamento psicológico no processo cirúrgico?
A situação cirúrgica requer que o paciente desenvolva meios de lidar com a situação. Vários fatores perpassam esse evento, como as reações do paciente diante do diagnóstico, a urgência da cirurgia, as características da doença, a gravidade, os sintomas produzidos, a vulnerabilidade, dentre outros aspectos que promovem uma ruptura com o cotidiano e uma necessidade de elaboração da situação vivida.



- Quais as implicações psicológicas na recuperação após cirurgia?
O estado psicológico em que o paciente se encontra, a depender da sua configuração, promove mudanças biológicas e fisiológicas e pode converter-se num fator de risco para a recuperação. Quanto maior o nível de estresse de um paciente antes de cirurgia, maior a demora no processo de cicatrização, maior a debilidade no sistema imunológico, e o paciente pode demonstrar-se pouco colaborador com os procedimentos médicos.


- O que é a Psicoprofilaxia Cirúrgica?
Como o próprio nome sugere, a Psicoprofilaxia Cirúrgica tem caráter preventivo, e uma de suas principais finalidades é amenizar o impacto que geralmente é provocado pela cirurgia no psiquismo no paciente. Dessa maneira, objetiva-se diminuir a probabilidade de que aconteçam complicações posteriores, atuando na promoção de bem-estar e capacidade de enfrentamento.


- Qual pode ser o papel do psicólogo no campo cirúrgico?
O psicólogo pode atuar nas três etapas do processo cirúrgico:
Pré-cirúrgico: Proporcionar formação, trabalhar maneiras de lidar com a situação, trabalhar formas de diminuir a ansiedade.
Pós-cirúrgico imediato: Desenvolver programas que auxiliem o paciente a lidar com a dor, trabalhar a ansiedade pós-anestesia.
Pós-cirúrgico: Potencializar a recuperação física, dar suporte aos sentimentos decorrentes da situação de vulnerabilidade, fortalecer a aderência do paciente ao tratamento médico.