terça-feira, 6 de março de 2012

Conheça um pouco sobre os locais de internação para usuários de drogas

Muito se tem discutido nos últimos tempos sobre o tema Drogas, especialmente sobre as formas possíveis de prevenção ao uso dessas substâncias e o tratamento daqueles que são usuários.
O Governo Federal lançou em dezembro do ano passado o Plano Nacional de Enfrentamento ao Uso de Crack e outras Drogas, que pretende investir cerca de R$ 4 bilhões em tratamento de usuários e em prevenção.
No entanto, o grande problema desse plano é o financiamento das chamadas comunidades terapêuticas, ou seja, o plano apóia a internação compulsória, corroborando com a idéia de que única forma de lidar com os usuários de drogas é através da internação.

Mas, o que isso significa?

Significa que após todos os avanços que o Brasil conseguiu alcançar em relação ao atendimento multidisciplinar e socializador, esse plano nos traz a possibilidade de retornarmos a uma lógica muito parecida com o que éramos acostumados a presenciar com bastante frequência: a existência dos manicômios.

Organizado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos e pelo Conselho Federal de Psicologia, foi lançado a Relatório da 4ª Inspeção Nacional de Direitos Humanos: locais de internação para usuários de drogas.



Esta publicação apresenta o resultado de vistorias realizadas em 68 instituições de internação para usuários de drogas, além de salientar a importância do compromisso do psicólogo em não promover (ou apoiar) práticas que fazem uso de violência e exclusão social.

A inspeções foram realizadas em  setembro de 2011 em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Na instituição inspecionada na Bahia, foi constatado que a mesma apresenta histórico de denúncias de maus tratos (práticas de espancamento), além de superlotação, ambiente em condições precárias e perigosas (como instalações elétricas improvisadas, banheiros coletivos descobertos e sem vasos sanitários), grande incidência de casos de tuberculose, mão de obra não remunerada, além de muitas outras observações que mostram a violação de direitos que as pessoas sofrem quando são internadas em tais locais.

Os atendimentos realizados com usuários de drogas, sejam eles na esfera pública ou privada, devem promover a cidadania daquela pessoa que está sendo atendida. Os melhores resultados só serão obtidos através de práticas de cuidado e atenção que promovam dignidade e autonomia.   


* A imagem e os dados apresentados acima a respeito da inspeção foram retirados do relatório disponibilizado no site do Conselho Federal de Psicologia. Para conferir mais  informações sobre as inspeções realizadas na Bahia e nos outros estados, clique aqui.

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